4 de nov. de 2009

Rock dos Infernos

Entenda como o diabo interferiu nos principais ícones do rock


Entre o halloween e o dia dos mortos, um tema tão sombrio quanto esta época: a influência do ocultismo e outras coisas satânicas sobre o rock. Inclusive houve um tempo em que rock era sinônimo de diabo e suas semelhanças. Além disso, o rock trata incisivamente de assuntos relacionados ao espiritismo, e não só fala de satanismo e coisas macabras.

Aleister Crowley: Referência
Seria impossível tratar deste tema sem referir a Aleister Crowley. Desde Sgt. Pepper's, aclamado álbum dos Beatles, até Raul Seixas, Aleister Crowley e seu ocultismo foram usados como base na produção das mais diversas formas musicais.
Em 1886, aos onze anos Aleister, até então filho de milionários galeses, ficou órfão e mesmo vivendo com as tias, já fazia noção de viver sozinho e se adaptou perfeitamente. Estudou em Cambridge, e ao se formar ingressou em uma ordem ocultista conhecida como Ordem Hermética da Aurora Dourada, aonde adquiriu conhecimento sobre aquele culto e lá iniciou sua vida pública, por assim dizer.

Decidiu então criar uma nova ordem, baseada em sua própria doutrina, a qual batizou de Thelema. A célebre frase "Faze o que tu queres será o todo da Lei", da música Sociedade Alternativa, escrita por Raul Seixas, nada mais é do que uma das bases usadas na doutrina Thelema.

Foi acusado de hedonista, bissexual, racista, viciado em drogas e até de espião, enfim, tudo o que um ser-humano vil pode ser. Talvez seja por causa deste Crowley's way of life que diversos artistas usavam suas doutrinas para expressar seus sentimentos.

Robert Johnson: Pioneiro
Muito mais boato que algo verdadeiro, dizia-se à época que Robert Johnson, o gigante do blues, tinha feito um pacto com o Diabo para que sempre tocasse sua guitarra de forma magistral. Tal boato foi melhor difundido com o fato de que Robert tocava de costas para o público, que comentava que ele estava escondendo sua forma ''diabólica''. O fato é que Robert era brilhante e isso despertou inveja em muitos músicos de seu tempo (anos 30). Ele alegava que, ao tocar de costas para o público, escondia suas técnicas e composições dos seus possíveis invejosos. Algumas de suas músicas mais famosas carregavam em seu título palavras bem sugestivas ao tema: Hellhound on my Trail e Me and the Devil, por exemplo. A primeira vai muito além do nome: hellhound (cão do inferno, em inglês) é um personagem mitológico que representa um cão de três cabeças. O fato é que Robert Johnson morrera envenenado e em seus lampejos finais de vida, se retorcia e até uivava como um cão,
tal fato difundiu mais ainda essa história.


Anos 60
Em uma época em que a guerra do Vietnã, a chegada do homem à Lua e o sentimento de libertação dos negros americanos eram os principais temas engajadores, haviam poucas manifestações no nicho que fazem referências ao ocultismo. Na segunda metade da década, muitos músicos resolveram seguir novos caminhos espirituais. E não estamos falando somente das indas e vindas dos Beatles aos mais diversos templos da Índia. Simpathy for the Devil, do Rolling Stones, segregaria a fama de uma banda que surgia e em pouco tempo havia feito muito sucesso. Os rumores de que tal sucesso era alcançado através de pactos com o diabo foram segregados com uma música que descrevia as virtudes e os feitos pelo coisa-ruim, e a tal ''simpatia pelo diabo'' ficava exposta ao mundo como um desafio ao moralismo da época.Os Stones dispertava um sentimento de interesse ao ocultismo nos jovens da época, jovens que futuramente formariam outras bandas, como Iron Butterfly, Led Zeppelin e Black Sabbath, entre outras. O Rolling Stones havia praticamente feito um tributo ao diabo no album Goats Head Soup (Sopa de cabeça de cabra), com o single Dancing With Mr. D. Quem seria o Mr. D???
No final desta conturbada década, o mundo conhecia três talentosos músicos que, mais por seus impulsos do que por qualquer força oculta, morrerram no auge de suas carreiras e deixaram um legado aos que viveram depois. O fato é que, aos 27 anos de idade (assim como morrera Robert Johnson), ano após ano morreria Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. O primeiro revolucionou o instrumento que tocava através de técnicas bem peculiares. No ano seguinte, Janis Joplin, com sua voz única. Tais fatos ocorriam e passavam-se despercebidos aos olhos da mídia, até que Jim Morrison comentou sobre estas mortes e por coicidência sua morte foi a que mais causou polêmica. Após seu corpo ter sido encontrado morto em Paris, as leis francesas até então não permitiam autópsia ou qualquer outra perícia que violasse um cadáver. Um exame superficial acusava uma parada cardíaca. Mas houve rumores de que a morte de Jim fora premeditada por ele próprio devido o mesmo ter conhecimentos sobre "artes ocultas". Jim explicou a morte de Hendrix e Joplin com a premissa de que ao fragmentar 27 e somar seus dois valores, obteríamos o valor 9, que é o número máximo, e após o 9 viria o 0.



Anos 70
Talvez esta tenha sido a época mais nefasta da história do rock. Diferente da psico-alegria trazida pelo rock progressivo, o Black Sabbath trazia em suas letras guerras, fracassos, entre outras coisas. O próprio nome da banda faz referência ao dia de recesso do paganismo (sabá).
O Allman Brothers, filhos das mesmas terras de Robert Johnson, foi testigo de uma das mais sombrias histórias que o mundo do rock nos brinda. É que os Allman tinham certo carisma por um cemitério em Chicago, e era lá que ensaiavam e escreviam suas primeiras canções. Tal história conta que Duane Allman, um dos fundadores da banda, um dia teve uma overdose e foi levado às pressas ao hospital. Como primeiro diagnóstico os médicos disseram que seu quadro era crítico e que o mesmo tinha poucas chances de sobreviver. Então Barry Oakley, o baixista da banda, ajoelha e começa a rezar pedindo a Deus que dê a Duane mais um ano de vida. Depois de algumas horas os médicos informam que seu estado de saúde estava estabilizado e se recuperaria. Porém, exatos 365 dias depois deste fato, Duane morre em um acidente de moto, batendo em um caminhão. Barry Oakley morreria também em um acidente a poucos metros do primeiro acidente, depois de um ano e um mês.


Mas, até então, aonde entra o Aleister nesta história toda? Deixando de lado a sua imagem estar no meio daquelas celebridades da capa do Sgt. Pepper's, dos Beatles, Aleister deixou um de seus discípulos responsável pela difusão de seus conceitos. Seu nome era Kenneth Anger e tinha o sonho de contar uma história sobre o diabo. Chogou inclusive a convidar Mick Jagger para fazer papel d

e Lucifer em seu filme, mas Jagger o recusou. Tal filme nunca foi feito, pois Anger era perfeccionista e
como nada o agradava, decidiu cancelar tal projeto. Mas suas histórias chegaram aos ouvidos de Jimmy Page, então no Yardbirds, e Page se interessou mais e mais sobre a vida de Crowley. Comprou o sítio em que Crowley morreu, na Escócia (mesmo local onde antigamente se encotrava uma igreja que se incendiou e todos os fiéis morreram), e se tornou um colecionador de artigos que Crowley havia deixado. Resultado: logo Page passou a ser tachado de adorador do diabo, fato que seria agravado quando o Led Zeppelin, em suas turnês, eram flagrados em bizarras orgias com suas groupies.

Ozzy Osbourne seguiria carreira solo e lançou Mr. Crowley, uma nova homenagem ao sábio do oculto. Chemical Wedding, de Bruce Dickinson, era trilha sonora do filme produzido pelo vocalista do Iron Maiden, filme que contava a reencarnação de Aleister em um jovem.

Raul Seixas e Paulo Coelho também mencionaram Crowley em seus trabalhos.

Raul ia mais longe, quando lançou Sociedade Alternativa, reclamava o direito de adorar o Deus que quisesse adorar, um hino anarquista que inclusive Paulo Coelho o ajudou a elaborar. O fato é que, após Raul ler The Book of the Law (O Livro da Lei, escrito por Crowley), seus trabalhos sempre citariam elementos atrelados aos estudos de Crowley.

Grande sucesso fez Highway to Hell, do AC/DC. A banda também fez tributo ao inferno em Hell's Bells e muitos comentários surgiram falando que os australianos venderam suas almas ao diabo. Angus Young, membro da banda, defendeu-se citando que aquilo tudo era uma resposta aos que perguntavam como era estar em uma turnê. Ele então respondia: "It's like in a highway to hell" ("É como estar numa estrada para o inferno"), dizia ele.


Atualmente...
Tais menções estão quase que restritas às bandas de black metal, gênero metaleiro que utiliza técnicas extremas no emprego de seus instrumentos e basicamente, em suas letras, trata de falar de satanismo e anti-cristo.

O excêntrico músico Marilyn Manson, sempre alegou ter pactos com o diabo. Bryan Hugh Warner (verdadeiro nome de Manson), na verdade parece ser mais fascinado por polêmica do que por qualquer outro ser maléfico.


Assim como o próprio rock, a "adoração ao coisa-ruim" vem perdendo notoriedade. Não obstante, a preferência da mídia moderna aos trabalhos politicamente-corretos, aliada às mortes e separações das grandes bandas, vem "exorcizando" os diabos da música.


3 comentários:

  1. Stones e puro rytmn and blues com brian jones e depois mais rock com o grande Mick taylor. the doors e excelente

    ResponderExcluir
  2. O objetivo de Jim morrison que leu muito e colocou tudo em pratica era de acordar as pessoas para fazerem a parte dela

    ResponderExcluir